20 de setembro de 2010

Aires da Mata Machado Filho O negro e o garimpo em Minas Gerais Som Negro – Músicas Africanas e de Influência Africana




Autor: Aires da Mata Machado Filho

Tìtulo: O negro e o garimpo em Minas Gerais

Editora: Civilização Brasileira

1964

Páginas: 131

Comentário: Livro em bom estado de conservação, brochura com capa original. com partituras, com vocabulario do dialeto crioulo,nota introdutoria de M. Cavalcanti Proença. exemplar numerado, obra de referencia...

Som Negro – Músicas Africanas e de Influência Africana

Superstição, feitiço e crendices.
sob o signo do diamante.
garimpeiros, quilombolas, capangas, faiscadores.
quartel de Indaiá e as sobrevivencias bantos.
totemismo.
canjere.
Vissungos.
etc...

Obra valiosa escrita por um mestre da filologia e do folclore e que é indispensavel a todos quantos se interessam pelos temas sociologicos do Brasil.

cantos da série recolhida por Aires da Mata Machado Filho no fim dos anos 20 do século passado, em São João da Chapada, município de Diamantina, Minas Gerais.

Fundamentado em pesquisas de cantigas africanas outrora ouvidas nos serviços de mineração, Aires da Mata Machado Filho realiza importante estudo sobre as contribuições do negro à cultura brasileira. Obra valiosa, escrita por um mestre da filologia e do folclore e que é indispensável a todos quantos se interessem pelos temas sociológicos do Brasil. A reconstituição da história de São João da Chapada, povoação satélite de Diamantina, onde a comunidade negra deixou farto manancial para análises e interpretações.


Aires era filólogo, filósofo, professor de Filologia Românica da Universidade Federal e da Universidade Católica de Minas Gerais, historiador, jornalista, presidente, durante muito tempo, da Comissão Mineira do Folclore, foi um pioneiro em muitas frentes.

Escreveu, nos anos 30, já que sofria de deficiência visual, uma Educação de Cegos no Brasil, e publicava, no jornal O Estado de Minas, uma coluna semanal com lições de ortografia e gramática, além de responder às dúvidas dos leitores.

Em férias, em 1929, o filólogo viajou para São João da Chapada, onde lhe chamaram a atenção “umas cantigas em língua africana ouvidas outrora nos serviços de mineração”, conforme descreveu.

Vissungos – Tais cantos são chamados vissungos, palavra que vem do umbundo ovisungo (cantiga, cântico), conforme ensina Nei Lopes em seu Dicionário Banto do Brasil. Já era plano de Aires da Mata Machado recolher os vissungos e reunir o vocabulário e a gramática da língua dos negros benguelas. Teve pouco êxito na primeira investida; na segunda, ele e seu colaborador Araújo Sobrinho ouviram de um Seu Tameirão 200 palavras e algumas cantigas; adiante, surgiram outros cantadores que sabiam letra, música e tradução.

Mata Machado sustenta a importância dos vissungos, sua influência nos começos daquele arraial e mais “os vestígios da língua das cantigas na linguagem corrente, na onomástica e na toponímia” – os vestígios de um um dialeto banto num tempo em que se pensava que a língua dos negros trazidos como escravos para o Brasil resumia-se ao nagô.

Ele defendia que os estudos da dialetologia brasileira e questões que dissessem respeito à etnografia seriam sempre provisórios se não fosse considerada a importância de Minas Gerais – e o tempo encarregou-se de mostrar seu acerto...

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